Redimensionando a contribuição de Roberto Simonsen à controvérsia do planejamento (1944-45): pioneirismo e sintonia internacional

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Luiz Felipe Bruzzi Curi
Alexandre Mendes Cunha

Resumo

A controvérsia do planejamento (1944-45) entre Roberto Simonsen e Eugênio Gudin, ocorrida no final da Era Vargas, é um momento privilegiado para o estudo das ideias econômicas no Brasil. A participação de Roberto Simonsen nessa discussão, habitualmente vista como pouco sofisticada em termos técnicos, pode ser revista e lida de maneira mais abrangente numa perspectiva de história das ideias econômicas. Este artigo investiga em profundidade a especificidade teórica que faz distinta a abordagem de Simonsen em relação à de Gudin. Especificamente o fato de que sua entrada no debate se dá pela via da história econômica e da industrialização planejada. Sua abordagem está em sintonia com questões debatidas neste momento de final da Segunda Guerra e antecipa discussões posteriores, levadas a cabo nas próximas décadas pela economia do desenvolvimento no Brasil. A ênfase numa perspectiva de história das ideias, que capte a dimensão da contribuição de Simonsen no contexto do debate, sua originalidade e sua especificidade, enriquece as possibilidades de leitura desse momento importante da historiografia do pensamento econômico no Brasil.

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Biografia do Autor

Luiz Felipe Bruzzi Curi, Universidade de São Paulo

Mestre em História Econômica pela Universidade de São Paulo e bacharel em Cências Econômicas pela Universidade Federal de Minas Gerais, está cursando o Doutorado em História Econômica pela USP. Tem interesse nas áreas de história do pensamento econômico, história do Brasil republicano e história econômica.

Alexandre Mendes Cunha, Universidade Federal de Minas Gerais

Alexandre Mendes Cunha se graduou na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG e obteve seu mestrado e seu doutoramento em História pela UFF, com pesquisas que articularam temas de história econômica com história do pensamento econômico. Atualmente é Professor Adjunto III da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, na qual leciona no curso de Ciências Econômicas desde 2003. É também pesquisador do Cedeplar/UFMG, com experiência de pesquisa nas áreas de história e economia, com ênfase em história do pensamento econômico luso-brasileiro, difusão internacional das ideias econômicas e história econômica e política do período colonial e imperial brasileiro. Seus trabalhos, não obstante, abarcam também estudos acerca da questão espacial e regional tanto no âmbito teórico e histórico, e diferentes aspectos da conexão entre economia do desenvolvimento e ciência e tecnologia. Desde 2009 vem atuando em projetos da Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, a fundação cultural da UFMG, assumindo a partir de 2010 a posição de Superintendente de Operações da instituição, dedicando-se dentre outras atividades à implantação do Projeto de um Campus Cultural da UFMG na cidade de Tiradentes.

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