Fronteira e instituição de capelas nas Minas, América portuguesa

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Francisco Eduardo de Andrade

Resumo

As oportunidades políticas e econômicas promovidas por capelanias na fronteira das Minas Gerais eram disputadas pelos senhores, como se depreende da conturbada história da criação da freguesia de São Bento do Tamanduá. Um grupo de amigos e parentes, com intentos econômicos, constituiu a capela no sertão do oeste, rota para Goiás. Gaspar Gondim foi o seu pároco encomendado. Ele aliou-se aos interessados no negócio desta rota e tornou-se um ativo defensor do poder da sua freguesia. O partido de Gondim resistiu fortemente a qualquer perda da primazia sustentada por meio da administração da capela. Instituição de poder nessas Minas, inculcando sujeição e civilidade, a capela também funcionou como a primeira instância para confronto dos poderosos.

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Biografia do Autor

Francisco Eduardo de Andrade

Professor adjunto do Departamento de História, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Autor dos livros: A invenção das Minas Gerais: empresas, descobrimentos e entradas nos sertões do ouro da América portuguesa, Belo Horizonte, Autêntica Editora/Editora Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2008; Entre a roça e o engenho: roceiros e fazendeiros em Minas Gerais, primeira metade do século xix, Viçosa, Minas Gerais, Editora da Universidade Federal de Viçosa, 2008. Entre outros artigos sobre fronteira e mineração na América portuguesa é autor de "Viver à gandaia: povo negro nos morros das Minas" in Eduardo França Paiva e Isnara Pereira Ivo (orgs.), Escravidão, mestiçagem e histórias comparadas, São Paulo, Annablume, 2008.

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