A simbiose entre a DOCENAVE e a indústria naval brasileira

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Alcides Goularti Filho

Resumo

O objetivo desse artigo é discutir a relação entre a DOCENAVE, uma companhia de navegação subsidiária da Companhia Vale do Rio Doce, e a trajetória de consolidação e desmonte parcial da indústria da construção naval pesada no Brasil entre 1963 e 1997. O período compreende desde a criação da DOCENAVE à privatização da Companhia Vale do Rio Doce. A DOCENAVE, juntamente com outros armadores estatais, Lloyd Brasileiro e Frota Nacional de Petroleiros, ajustou-se às estratégias da Superintendência Nacional da Marinha Mercante, que tinha como objetivo fortalecer e consolidar o setor naval brasileiro. Tendo como referência básica os relatórios de atividades da Companhia Vale do Rio Doce, anuários da Marinha Mercante e artigos da revista Portos e Navios, além de outras fontes documentais e bibliográficas, o texto analisa a trajetória da Companhia Vale do Rio Doce e da DOCENAVE em quatro décadas: novos mercados e criação da DOCENAVE (1960), expectativas favoráveis e ampliação da frota (1970), diversificação da produção e consolidação da companhia (1980) e incertezas e desnacionalização das encomendas (1990).

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Biografia do Autor

Alcides Goularti Filho, Universidade do Extremo Sul Catarinense

Professor do Curso de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Doutor em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pesquisador Produtividade do CNPq. Autor dos livros: "Formação Econômica de Santa Catarina" (3ª edição, 2016) e "Portos, ferrovias e navegação em Santa Catarina" (2013). Membro do Grupo de Pesquisa Formações econômicas regionais, integração de mercados e sistemas de transportes. Faz parte do Conselho de Representantes da Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica e da Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense. Correo electrónico: agf@unesc.net

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